Bom, já que você se interessou pelo assunto, quero expor uma breve reflexão: é real a possibilidade de as tartarugas viverem seus cento e cinquenta anos desejando obcecadamente a morte. Talvez eu tenha sido um pouco direto demais. Bom... Daqui por diante, tentarei fazer sua leitura ser mais prazerosa escolhendo palavras que, de forma harmônica, possam expressar melhor minhas ideias e pensamentos.
Imagine ter uma vida tranquila, sem problemas, sem preocupações, sem pessoas para te torrar a paciência, sem a necessidade de viver em correria (com horário marcado para trabalhar, comer, estudar, sonhar etc.). Considere a ideia de fazer parte de uma comunidade de seres diferentes que, de tão belos, chegam a relaxar a visão e a trazer a sensação de leves massagens em seus olhos, com um reconfortante sentimento de paz, sossego, alegria: vida ganha. É desta forma que, inicialmente, pensei ser a vida de uma tartaruga, até que... bom... eu pensei um pouco mais, e percebi que as coisas podem ser um pouco diferentes.
Como é fria a água do mar, muito mais do que um bater de dentes por esquecer a blusa em um dia de razoável forte vento. Como são escuras as águas na profundeza da imensidão úmida e sufocante onde vivem as pobres tartarugas. Não enxergo bondade em viver sozinho num lugar frio e deprimente, afastado de qualquer coisa digna de ser chamada boa. Ao meu ver, tal situação faz parecer tentadora qualquer oferta do reino da morte.
Não polua. Repito: -Não polua! Apesar de ser contra a poluição, sou capaz de ver, em meus pensamentos, o caminhar incessante do belo ser do mar em estudo, que procura por um chiclete, uma tampa de refrigerante, um pedaço de lata ou um punhado de vidro para engolir e acabar de vez com seu sofrimento, angústia, e dor.
Desconheço a filosofia de vida das tartarugas, mas torço para que não coincida com esta minha última reflexão, para que, pelo menos para mim, a vida possa ser mais bela e positiva do que seria se eu adotasse o pessimismo deprimente da crueldade da existência de um ser ingênuo que vive perto da praia, no mar.
Observo aqui que o escritor quer mesmo é falar da poluição dos rios e mares.
ResponderExcluirMas, também sobre a ida e a morte.
Morte assunto muito interessante para refletir. Nem sempre é tão bom viver muitos anos...