quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tartaruga da depressão

Muitos são os conhecidos vilões da ficção que bastante lutaram para viver para sempre (sem sucesso, é claro). Será que viver muito é realmente bom? Até pensei em me aprofundar mais neste parágrafo, mas decidi deixar para os que seguem, pois estas primeiras linhas todos vão ler.
Bom, já que você se interessou pelo assunto, quero expor uma breve reflexão: é real a possibilidade de as tartarugas viverem seus cento e cinquenta anos desejando obcecadamente a morte. Talvez eu tenha sido um pouco direto demais. Bom... Daqui por diante, tentarei fazer sua leitura ser mais prazerosa escolhendo palavras que, de forma harmônica, possam expressar melhor minhas ideias e pensamentos.
Imagine ter uma vida tranquila, sem problemas, sem preocupações, sem pessoas para te torrar a paciência, sem a necessidade de viver em correria (com horário marcado para trabalhar, comer, estudar, sonhar etc.). Considere a ideia de fazer parte de uma comunidade de seres diferentes que, de tão belos, chegam a relaxar a visão e a trazer a sensação de leves massagens em seus olhos, com um reconfortante sentimento de paz, sossego, alegria: vida ganha. É desta forma que, inicialmente, pensei ser a vida de uma tartaruga, até que... bom... eu pensei um pouco mais, e percebi que as coisas podem ser um pouco diferentes.
Como é fria a água do mar, muito mais do que um bater de dentes por esquecer a blusa em um dia de razoável forte vento. Como são escuras as águas na profundeza da imensidão úmida e sufocante onde vivem as pobres tartarugas. Não enxergo bondade em viver sozinho num lugar frio e deprimente, afastado de qualquer coisa digna de ser chamada boa. Ao meu ver, tal situação faz parecer tentadora qualquer oferta do reino da morte.
Não polua. Repito: -Não polua! Apesar de ser contra a poluição, sou capaz de ver, em meus pensamentos, o caminhar incessante do belo ser do mar em estudo, que procura por um chiclete, uma tampa de refrigerante, um pedaço de lata ou um punhado de vidro para engolir e acabar de vez com seu sofrimento, angústia, e dor.
Desconheço a filosofia de vida das tartarugas, mas torço para que não coincida com esta minha última reflexão, para que, pelo menos para mim, a vida possa ser mais bela e positiva do que seria se eu adotasse o pessimismo deprimente da crueldade da existência de um ser ingênuo que vive perto da praia, no mar.

Um comentário:

  1. Observo aqui que o escritor quer mesmo é falar da poluição dos rios e mares.
    Mas, também sobre a ida e a morte.
    Morte assunto muito interessante para refletir. Nem sempre é tão bom viver muitos anos...

    ResponderExcluir

Relate seu caso e/ou Faça uma pergunta